O presente trabalho é o fracionamento de um estudo mais largo que se propôs a uma crítica das políticas de participação e controle social no Brasil, abordando a reforma educativa cearense operada entre 1995 e 2006. Aqui, tratamos simplesmente de elucidar o sentido das categorias da governança e do accountability, que, fundados no princípio da subsidiariedade, ocuparam lugar central tanto na teoria política, como nas políticas de Estado efetivamente aplicadas no Brasil a partir da virada da década de 1980 para a de 1990. O desenvolvimento da pesquisa mostrou, tomando com base documentos oficiais concernentes à gestão da educação brasileira e cearense, que as diretrizes da reforma na estrutura da educação nacional tomou como base o princípio medieval da subsidiariedade, encarnado hodiernamente no giro ao gerencialismo. O eixo deste giro foram as noções de governança, participação e accountability. Verificou-se do exame do material documental uma unidade contraditória entre categorias como participação, accountability e privatização no seio da governança subsidiarista, sintetizada na reforma estatal e educacional dos anos de 1990.