A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que tem por finalidade orientar os currículos da Educação Básica de todas as escolas brasileiras, definindo os conhecimentos essenciais, direitos e objetivos de aprendizagem. Divulgada sua segunda versão em 2016, o referido documento, ao tratar da disciplina de Educação Física, elenca oito dimensões do conhecimento que devem articular-se com os objetivos de aprendizagem e as práticas da cultura corporal de movimento propostas, durante todos os ciclos de ensino. O objetivo deste trabalho é apresentar uma analise de uma das dimensões do conhecimento, denominada de “uso e apropriação” pela BNCC e sua possível relação, com a dimensão dos conteúdos, “conceituais, atitudinais e procedimentais”, propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em 1998, considerando-se que este último ainda é a referência vigente. Buscou-se na literatura da área, incluindo-se os referidos documentos, aspectos que pudessem auxiliar e orientar esta análise. De acordo com a BNCC, a dimensão uso e apropriação refere-se ao conhecimento que irá oportunizar ao estudante condições de realizar, de forma autônoma, uma determinada pratica corporal, isto é, possibilita aos estudantes a proficiência necessária para que se intensifique seu envolvimento com práticas corporais no lazer ou para a saúde. Considerando o que está proposto pela BNCC, bem como as possibilidades de interpretação e entendimento da dimensão uso e apropriação, esta nos remete a ideia de que o aluno deve, de forma sistematizada, apreender e incorporar conhecimentos, a partir do saber fazer, assim como também é proposto pelos PCNs. Espera-se que o aluno sinta e demonstre domínio, competência e capacidade para participar, incluir-se de forma autônoma e proveitosa nas práticas da cultura corporal de movimento, no que se refere ao “saber movimentar-se”. Pela analise realizada conclui-se que há uma relação de aproximação da dimensão uso e apropriação com a dimensão procedimental apresentada pelos PCNs uma vez que o saber fazer, juntamente com o significado que se dá a esse fazer é o ponto de aproximação e convergência entre estas duas dimensões. Conclui-se também que há uma diferença entre ambas que se estabelece na medida em que a dimensão uso e apropriação prevê um aprofundamento no que se refere à competência do “saber fazer” por parte do/a aluno/a, permitindo um sentimento de “ser capaz de praticar”, de forma a corresponder às suas próprias expectativas de desempenho.