As discussões acerca da presença da mulher no contexto esportivo, nas mais variadas modalidades, vem sendo construídas ao longo dos tempos, no meio acadêmico. A representatividade feminina nos Jogos Olímpicos da Era Antiga era nula e essa infeliz passagem histórica, a qual privava a mulher de praticar esportes, alegando fragilidade emocional e física, foi sendo, aos poucos desconstruída, com o passar dos tempos. Várias são as barreiras que as atletas brasileiras precisam superar, como falta de apoio, de patrocínio, políticas públicas ineficientes, gestão descompromissada, entre outras, A figura feminina vem ganhando visibilidade nos Jogos Olímpicos da Era Moderna e, com isto, há um interesse em se refletir sobre esta evolução. O estudo objetivou refletir sobre o legado deixado pelas Olimpíadas Rio 2016, em relação à participação feminina nas modalidades esportivas, buscando apoio na Agenda 2020 e na mídia online. De natureza qualitativa, este foi desenvolvido por meio de análise documental da Agenda 2020, na recomendação 11, item 1, e pesquisa exploratória, para a qual, a coleta de dados se deu via acesso a sites e mídias de reportagens, consultados durante o mês de agosto de 2016, tendo como critério de inclusão a possibilidade de fornecer dados relevantes para a pesquisa. Os resultados apontam que, a partir da análise da Agenda 2020, o Comitê Olímpico Internacional (COI) assume a responsabilidade de cobrar, das Federações Internacionais, a inclusão de 50% do público feminino nos Jogos Olímpicos, assim como, fornecer meios que estimulem a participação da mulher e seu envolvimento com o esporte. No que tange aos sites e mídias, os resultados salientaram que o ano de 2016 foi marcado por um importante fato em destaque, referente à grande participação feminina nas Olimpíadas realizadas na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Nota-se a evolução desta participação, ao se compararem os dados de que, nos Jogos de Paris, em 1900, de um total de 977 atletas, apenas 22 mulheres participaram das provas. Nos Jogos de Londres, em 2012, teve representante feminina em todas as modalidades. Já em 2016, obteve-se 5185 mulheres participantes, de um total de 11237 atletas, quase a atingindo a meta da Agenda 2020, de 50% de atletas femininas nas Olimpíadas. As três maiores delegações femininas nas Olimpíadas do Rio foram dos EUA, onde, dos 555 atletas, 292 eram mulheres. A China enviou 416 atletas, sendo 256 atletas femininas, com 31 mulheres nas provas de atletismo. O Brasil compareceu com 465 atletas, sendo 209 atletas mulheres. Portanto, a Olimpíada essa participação crescente da mulher no esporte fica como um dos legados positivos dos megaeventos esportivos ocorridos no Brasil nos últimos anos. Acredita-se nos valores e na força do esporte como ferramenta efetiva para a promoção da igualdade de gênero e no empoderamento feminino no esporte, contribuindo para aquisição de novas habilidades, como a confiança e liderança.