Resumo: O futebol, compreendido sob uma perspectiva complexa, caótica e irredutível, evoca a figura do treinador como personagem medular para o sucesso esportivo. Este estudo, pois, propõe-se a investigar e analisar as percepções de jogadores de futebol profissional quanto as competências às quais o treinador de futebol deveria se inclinar para lograr êxito em sua profissão. Método: Para tal análise, estão sendo realizadas entrevistas semiestruturadas com jogadores de futebol federados à Federação Paulista de Futebol e de diferentes faixas etárias, de modo que, a posteriori, seja feita uma análise de conteúdo, tendo em vista levantamento de informações que fomentem a relação profissional atleta-treinador. Resultados: O treinador ideal nem mesmo no domínio da utopia poderá ser descrito, não existindo um perfil único de treinador, mas sim uma série infindável deles, consoante as circunstâncias e respetivas necessidades de intervenção (PEREIRA, 2009). A própria percepção dos jogadores tende a demandar um leque alargado de competências (PACHECO, 2005). Há um certo consenso entre os jogadores de que o treinador deve ter uma formação global e ir além das questões meramente técnicas (MURTHIQUEIRA, 2014). A aplicação consistente de competências integradas ao conhecimento profissional, interpessoal e intrapessoal, servirão de alicerce para a projeção de quatro aspectos tidos como vitais para o desenvolvimento do atleta pelo treinador em diferentes contextos: competência, confiança, conexão e caráter COTÊ, 2009). Nesse sentido, os entrevistados, até aqui, de modo geral, têm dado respostas concomitantes ao tridente de conhecimentos previamente citados. No entanto, é dada ênfase à excelência na comunicação, ao liderar, à gestão de problemas e à administração social dos atletas, levando em conta o contexto do alto-rendimento desportivo e a necessidade incessante de se obter resultados satisfatórios a todo momento. Conclusão: A competência interpessoal tende a se sobrepor às competências profissionais e intrapessoais do treinador de futebol, evidenciando um viés essencialmente humano desse esporte e que deve ser tido não apenas, mas também físico, tático ou técnico. Trata-se, portanto, da necessidade em compreender o futebol como multidisciplinar, sendo o treinador a personificação dessa gama de conhecimentos. Apoio PIBIC.
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