Muitas pessoas, ao ingressarem na universidade, realizam suas escolhas acerca do curso conhecendo muito pouco (ou nada) a respeito das implicações em termos das tarefas, entraves e responsabilidades inerentes ao leque de profissões advindas do curso em questão. Segundo Muller (1988), não há qualquer preocupação sistemática da escola, ou quando tem, acontece de maneira desarticulada em ensinar os alunos as habilidades relacionadas a tomada de decisão do aluno, isto é, não se ensina a decidir, resolver conflitos e a refletir, por exemplo, em realidades socioculturais, histórica e profissional. Esses fatores, se vistos de uma maneira mais profunda, refletem muitas vezes na imaturidade e insegurança, incapacitando-os na formulação de um escopo profissional consistente. Pode-se definir a escolha do curso visando alcançar uma determinada profissão como estabelecimento de meta profissional (Bohoslavsky, 1977), fator este que implica na formação da identidade profissional associada à identidade pessoal culminando-se na integração da personalidade do indivíduo, uma vez que, segundo o mesmo autor, embora tal indivíduo não dependa exclusivamente da escolha do curso, isto é, ele pode alterar sua trajetória profissional a qualquer momento, as questões vocacionais tem se tornado cada vez mais importantes na etapa de escolha do curso. Nesse tocante, o objetivo do estudo foi de verificar o que levaram os ingressos do curso de Educação Física (bacharelado) da Fundação Educacional de Penápolis (FUNEPE) a escolherem o curso. Para isso, os alunos tiveram que responder a seguinte pergunta geradora: o que te fez ingressar no curso de Educação Física (bacharelado) da FUNEPE? De posse do material levantado, as respostas foram analisadas a luz da técnica de elaboração da Tabela de Unidade e Significado preconizada por Moreira, Simões e Porto (2005). Os resultados mostram que grande parte dos ingressantes escolheram o curso de bacharelado em educação física por vivências no meio esportivo, o que nos leva a considerar que segundo Manoel; Tani (1999), estes resultados parecem fazer parte da manutenção da figura do profissional de Educação Física como indivíduo executante de atividades físicas cuja formação possui um caráter pouco acadêmico. Vale ressaltar que esta pesquisa foi feita com os ingressos da primeira turma de bacharelado em Educação Física da FUNEPE e que pretende-se, ao longo de sua trajetória, verificar quais os motivos estão fazendo com que esses ingressos permaneçam no curso.