Durante o exercício resistido, tem sido hipotetizado que um dos fatores que pode ajudar a explicar as diferenças de tolerância ao exercício (tlim) entre os diferentes grupos musculares é o tamanho muscular. O modelo da potência crítica tem sido utilizado para se estudar o tlim durante o exercício realizado com grandes grupos musculares, como por exemplo o ciclismo e, durante o exercício severo (i.e., acima da potência crítica), o tlim tem sido, pelo menos em parte, explicado pelo esgotamento do trabalho que pode ser realizado acima da potência crítica (W'). Portanto, o objetivo deste estudo foi determinar e comparar o tlim durante o exercício realizado com contrações isométricas, no exercício severo, entre os músculos extensores do joelho (EJ) e flexores plantares (FP). Participaram do estudo 11 indivíduos do gênero masculino (26 5 anos, 176 6 cm, 79 11 Kg), que foram submetidos aos seguintes protocolos, em diferentes dias: 1) Familiarização ao dinamômetro isocinético; 2) Teste de contrações isométricas máximas para determinação do pico de torque isométrico (PTI) e um teste de contrações isométricas intermitentes no modo all-out de 5 min, com 60 contrações isométricas máximas intermitentes (3 s de contração e 2 s de recuperação), para determinação do torque crítico (TC) e do W’; 3) Dois testes até a exaustão voluntária em uma intensidade 5% acima e abaixo do TC para determinação do tlim. O TC correspondeu à média dos últimos 30 s de teste e o W' correspondeu à área abaixo da curva torque x tempo. Todos os testes foram realizados nos grupos musculares EJ e FP. A existência de normalidade dos dados foi verificada através do teste de Shapiro-Wilk. A comparação dos parâmetros foi realizada pelo teste t Student para dados pareados. O PTI dos EJ (285 ± 39,7 N.m.s) foi significantemente maior do que o dos FP (186 ± 33,2 N.m.s) (p