SANTOS, Jany Helem De Almeida. . Anais II CONBRACIS... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/29724>. Acesso em: 23/12/2024 03:14
A microcefalia é uma condição neurológica que afeta o tamanho considerado normal do perímetro cefálico. A temática tem se evidenciado desde 2015 em virtude do aumento do número de casos associados à síndrome congênita do zika vírus, da qual a microcefalia faz parte. A pesquisa teve por objetivo avaliar o impacto dessa deficiência na maternagem, identificando os processos de reconstrução das idealizações maternas. A pesquisa é qualitativa e descritiva, a partir de estudos de caso múltiplos, sendo utilizado questionário sociodemográfico e entrevista semiestruturada gravada. As informações colhidas passaram pelo processo de análise temático categorial. A pesquisa foi realizada nos domicílios das famílias, em Alagoa Grande, Ingá e Lagoa Seca, com 6 mães de bebês com microcefalia. Após o impacto ao receber a notícia da deficiência do filho, a mãe é abalada nos aspectos psicológicos e sociais. O pai e a família também estão envolvidos nesse processo. A mãe vivencia vários afetos, desde o diagnóstico ao nascimento do filho, tais como o medo e também o preconceito social. As formas de enfrentamento desses processos e do luto são importantes para mãe e familiares que recebem a criança com microcefalia, sendo a rede de suporte social e a espiritualidade as formas de enfrentamento utilizadas nesse momento, segundo percebeu-se na amostra da pesquisa. A psicologia tem um papel fundamental para a mãe, possibilitando um espaço de compreensão, empatia, escuta. Na família que enfrenta a microcefalia, o psicólogo atua fortalecendo a maternagem, potencializando estratégias de enfrentamento da mãe para lidar com a desilusão, auxiliando-a na reorganização e adaptação a esse bebê com deficiências múltiplas, proporcionando a reconstrução de suas idealizações. Dessa forma, faz-se necessário a compreensão não apenas dos aspectos médicos e funcionais, mas dos fatores psicológicos e da dinâmica familiar após a chegada da criança com microcefalia, devendo o acompanhamento psicológico ser realizado desde a gestação.