INTRODUÇÃO: O consumo de álcool pela população brasileira é cada vez maior, sendo este considerado um dos mais graves problemas de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), seu uso está associado a um total de 2,5 milhões de mortes ao ano. Assim, é importante atentar para essa problemática, já que o alcoolismo pode causar tanto problemas físicos, como psicológicos para o paciente e para os familiares e altos custos aos serviços de saúde. O presente estudo tem como objetivo avaliar a importância das ações das Unidades Básicas de Saúde (UBS) em pacientes alcoolistas de suas comunidades. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão da literatura, a qual se realizou buscas nas bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), United States National Library of Medicine (PubMed), Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde (LILACS), disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). O método de busca utilizado fez uso dos seguintes descritores: alcoolismo, atenção primária à saúde, saúde pública e seus correspondentes em inglês (alcoholism, primary health care, public health). Foram identificados 686 documentos, sendo selecionados 13 para compor o presente estudo, junto ao Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde. RESULTADOS E DISCUSSÕES: A Atenção Básica (AB) apresenta-se como estratégia de cuidado no que se trata da detecção precoce de problemas pelo uso de álcool e de outras drogas, pois contribui para que as pessoas identificadas como usuárias de risco, possam receber cuidados antes de evoluírem para um possível quadro de dependência. Uma grande problemática para o auxílio dos pacientes etilistas na AB é a falta de treinamento da equipe. Em contrapartida, estudos demonstram que, apesar de um conhecimento regular dos estudantes de enfermagem de nível técnico, muitos apresentavam crenças negativas sobre como cuidar de usuários de álcool. Apesar disso, segundo dados do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), verificou-se um aumento na oferta de ações educativas, de prevenção e promoção da saúde, direcionadas ao tratamento dos usuários de crack, álcool e outras drogas em todas as regiões do país. Também foi investigado, de acordo com o PMAQ-AB, se as equipes realizam a busca ativa desses usuários, com positiva de apenas 35,8% das equipes na média nacional. Outra vertente importante é o fato de que a demanda específica para o alcoolismo raramente ocorre e geralmente está associado ao tratamento de outras comorbidades como a hipertensão ou consequências do alcoolismo. Por conseguinte, a forma terapêutica adotada na rede de atenção básica à saúde, Intervenção Breve (IB), apresenta-se como uma importante técnica de abordagem. CONCLUSÕES: Com o aumento do consumo do álcool, somado aos inúmeros problemas decorrentes dessa prática, tornou-se necessário um maior efetividade das práticas de prevenção e promoção da saúde de grupos etilistas. No entanto, ainda se encontram dificuldades do que tange à qualidade, universalidade e equidade dessas ações, sendo fundamental o papel e o fortalecimento da atenção básica na efetivação de políticas públicas voltadas para esse grupo social.