O processo de doação de órgãos envolve questões relacionadas a moral humana; destacando-se em especial, o cuidar do paciente em morte encefálica, considerado clinicamente morto, porém, com características de uma pessoa com vida. Desta forma, a relação profissional com o doador faz com que se reflita sobre o significado da pessoa humana que, por sua vez, é o objeto principal da bioética. Com base nestas afirmações a pesquisa tem como objetivo identificar possíveis aspectos que podem favorecer ou não a doação e transplante de órgãos. Tratou-se de uma pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa. A amostra foi formada por 10 profissionais de saúde. Para coleta dos dados, utilizou-se a entrevista semi-estruturada. Para a análise dos dados foi adotada a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin. Os resultados apontaram como aspectos que favorecem a doação as seguintes categorias temáticas: Educação social; e Uso da autonomia ao declarar-se doador. E como aspectos que dificultam a doação foram identificados: Insuficiente conhecimento acerca de morte encefálica e doação; Conflito entre ciência e religião e Comunicação inadequada na relação profissional de saúde e família do paciente .Conclui-se que os aspectos que dificultam a doação envolvem desde dilemas éticos como o conflito entre ciência e religião , e requerem também ações que enfatizem a comunicação adequada e educação em saúde , buscando desenvolver nos indivíduos capacidade reflexiva favorável à doação amparadas nos princípios da bioética ; beneficência, não maleficência, justiça e autonomia.