Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) representa a anormalidade metabólica mais comum da atualidade e também a maior responsável por eventos cardiovasculares na população. O desenvolvimento da SM em determinado indivíduo depende de uma complexa interação entre a predisposição genética e fatores ligados ao estilo de vida, como padrão dietético, sedentarismo e obesidade, o que caracteriza a natureza multifatorial da patogênese da SM. Atualmente, de forma mais ampla, a síndrome tem sido caracterizada pela presença concomitante de dislipidemia, distúrbio da tolerância à glicose, hipertensão arterial, excesso de peso ou obesidade abdominal, além de outras anormalidades. Objetivo: O trabalho objetivou verificar a incidência da SM, analisar quais dos seus componentes são mais prevalentes e suas variáveis em um grupo de idosos hipertensos e/ou diabéticos. Metodologia: Foi realizado um estudo do tipo transversal, de natureza exploratória e descritiva, com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída por pacientes do HIPERDIA de uma unidade do SUS localizada no município de Campina Grande-PB. A pesquisa foi realizada entre os meses de agosto e novembro de 2012. A SM foi identificada levando-se em consideração os parâmetros definidos pela Primeira Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, a qual se baseia nos critérios definidos pelo National Cholesterol Education Program’s – Adult Treatment Panel III (NCEP – ATP III). Resultados e discussão: A amostra analisada foi composta por 75 pacientes. Entre os quais 43 (57,33%) possuíam SM, sendo 35 mulheres (81,40%) e 8 (18,60%) homens. Dentre estes, a idade média do grupo das mulheres foi de 69,54±6,45 e nos homens de 69,13±6,20. Quanto a comorbidade principal, 22 pacientes eram hipertensos e diabéticos, 18 hipertensos e 3 diabéticos. Observou-se que a pressão arterial elevada ou uso de antihipertensivos, a circunferência da cintura elevada e o HDL-colesterol baixo são os componentes de SM mais alterados no grupo das mulheres e nos homens, a pressão arterial elevada ou uso de antihipertensivos, HDL-colesterol baixo e hipertrigliceridemia, respectivamente. O componente ‘pressão arterial elevada ou uso de anti-hipertensivos’, apesar de ser mais frequente em ambos os sexos, este se apresenta dentro dos valores normais, segundo critérios definidos pela NCEP – ATP III. No entanto, demais componentes encontram-se distantes dos valores de referência, principalmente os triglicerídeos e o HDL-colesterol. A prática de atividade física regular foi mencionada por 58,14% dos pacientes, sendo 19 mulheres e 6 homens e esta não foi significativa Conclusão: Conclui-se no estudo uma grande prevalência de SM na população idosa hipertensa e/ou diabética e que as medidas farmacológicas e não farmacológicas adotadas não parecem ser suficientes para o controle e normalização de todos os componentes alterados. Logo, se faz necessário uma melhor orientação para esses idosos por parte dos profissionais de saúde com medidas educativas visando, principalmente, reduzir o sedentarismo e incentivo de um plano alimentar para a redução de peso, bem como um melhor acompanhamento das variáveis dos componentes da SM, identificação de problemas relacionados e repostas negativas a medicamentos para assim auxiliar no tratamento e evitar possíveis complicações no estado de saúde da amostra estudada.