Objetivo: Caracterizar as infecções hospitalares (IH) identificadas em pacientes com AIDS, demonstrando a tipologia, a topografia, os agentes microbiológicos e o uso dos antimicrobianos. Método: Pesquisa do tipo documental retrospectiva, desenvolvida no Hospital Giselda Trigueiro (HGT). Para o cálculo do tamanho da amostra, utilizou-se a fórmula para populações finitas, aplicando α=0,05 e erro amostral de 6%, portanto, estimou-se uma amostra final de 215 pacientes cujos prontuários estão sendo analisados. Mas devido a problemas administrativos que o referido hospital enfrenta atualmente, a coleta de dados foi interrompida temporariamente, sendo coletado até o momento 30 prontuários. Como critério usado para coleta: idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos, com AIDS, internados entre os anos de 2010 e 2014, através de dois Formulários: um Sociodemográfico e um Clínico. O estudo utilizou o conceito de infecção hospitalar, o qual refere quando do surgimento de qualquer manifestação clínica de infecção ocorre a partir de 72 horas após a admissão. Dessa forma, foi incluídos pacientes internados por pelo menos três dias, sendo excluídos aqueles que tiveram alta, transferência ou óbito antes deste período. Resultados: Neurotoxoplasmose e sepse prevaleceram como os principais motivos de internação, ou seja, as infecções oportunistas. Infecção no trato urinário (ITU), corrente sanguínea e vias aéreas predominaram como sítios de infecção. O uso e dispositivos invasivos, associado à baixa contagem de linfócitos T CD4, hemoglobina e maior tempo de internação hospitalar, podem favorecer a ocorrência de IH. Acinetobacter sp (26,3%), seguido da Escherichia Coli (21,5), o primeiro foi o agente microbiológico mais encontrado nos exames de antibiogramas, visto que, infecções causadas por ele é de origem hospitalar. E o segundo é o microrganismo mais encontrado em infecções do ITU. O antibiótico mais utilizado foi Meropenem (63,1%), pois é um antimicrobiano da classe Carbapenem, e estes são os de primeira escolha para o tratamento de infecções com Escherichia Coli. A maior parte dos pacientes teve como desfecho o óbito hospitalar 41,6%, e isto, pode estar relacionado com as IH, e tal fato pode estar associados ao estado clínico do paciente, realização de procedimentos invasivos e pneumonia, tonando-se um dado preocupante. Conclusão: O estudo evidenciou as caraterísticas das infecções hospitalares ocorridas em pacientes com AIDS, servindo de subsídio para o planejamento de ações de controle destas infecções.