A doença arterial periférica (DAP) é caracterizada pela ocorrência de um processo aterosclerótico, com acometimento dos vasos responsáveis pela irrigação do corpo (artérias) – com exceção das porções iniciais da artéria aorta. Além dos riscos comuns à aterosclerose (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral isquêmico e morte vascular), seus sintomas incluem, principalmente, claudicações intermitentes e alterações no índice de pressão sistólica tornozelobraquial; apesar disso, a patologia é considerada por muitos estudiosos como um mal silencioso, uma vez que a presença de qualquer sintoma é incomum na maioria dos portadores, tornando o diagnóstico precoce dificultoso. Comumente esta patologia desempenha íntima relação com o diabetes mellitus (DM): a prevalência de DAP em indivíduos diagnosticados com DM pode chegar à 20%, aumentando o risco de amputações. De forma simplificada, o DM é definido como a incapacidade que alguns indivíduos apresentam em produzir ou empregar a insulina, culminando em elevados índices glicêmicos. Nesse contexto, o objetivo geral deste artigo foi discorrer sobre o desenvolvimento de lesões patológicas decorrentes da DAP e do DM, assim como expor o cenário atual do desencadeamento molecular da doença arterial periférica em pacientes diabéticos. Tratando-se de uma revisão bibliográfica de caráter descritivo, foram utilizados 24 materiais para a pesquisa, incluindo artigos (21) e bibliografias (3), escolhidas a partir dos critérios de inclusão a seguir: artigos na íntegra com acesso gratuito, idioma português ou inglês, reconhecida notoriedade científica e ano de publicação, priorizando-se àqueles dos últimos 17 anos. Os critérios de exclusão contemplaram: artigos com embasamento teórico duvidoso, incompletos e com acesso somente mediante pagamento. A coleta de dados foi realizada durante o mês de abril de 2017. De maneira geral, conclui-se que o DM, além de aumentar os fatores de risco para doenças cardíacas, comprometimentos renais e perda parcial e total da visão, possui como uma das principais consequências o risco de desenvolvimento de lesões patológicas e, associado a DAP, detêm a maior parte das amputações de extremidades inferiores. O mecanismo que explica esses resultados inter-relacionais desastrosos encontra-se no fato de que a hiperglicemia prolongada culmina em alterações estruturais e funcionais dos vasos sanguíneos, comprometendo o suprimento nutricional dos tecidos e desencadeando lesões.