É comum, entre as mulheres em período gestacional, o uso de plantas medicinais para aliviar incômodos e transtornos próprios do período. A associação do uso indiscriminado da fitoterapia com a gravidez frequentemente culmina em abortos, malformações congênitas e outras interferências à gestação normal, as quais podem levar desde complicações leves até fatais na grávida e na sua progênie. A fitoterapia pode também estar relacionada à infertilidade de ambos os progenitores, interferindo, desse modo, em todo o processo reprodutivo. Considerando isto, o estudo objetivou analisar pesquisas científicas que avaliam a influência de 20 plantas de consumo corriqueiro no Brasil durante o período gestacional e classificá-las quanto a interferência no processo reprodutivo e quanto ao momento em que seu consumo é contraindicado. A revisão teve caráter descritivo, exploratório e de natureza qualiquantitativo, feito pela busca de informações em artigos indexados nas bases Google acadêmico, SciELO, CAPES, Bireme, Lilacs e PubMed. Um total de 68 artigos foram avaliados. Os resultados mostraram que 4 plantas não apresentaram efeitos negativos na reprodução e 40% das mesmas podem ser usadas em algum momento da gestação. Isso demonstra a possibilidade de exploração da prática fitoterápica de modo racional durante a gravidez. O estudo apontou para presença de ativos anticoncepcionais bastante eficientes que podem ser explorados pela indústria farmacêutica, tendo como alvo o uso por mulheres, mas também por homens de maneira reversível e irreversível. Recomenda-se, com isso, o desenvolvimento de mais trabalhos científicos para se determinar a segurança do uso da fitoterapia, a qual pode se apresentar como promissora em aspectos econômicos e terapêuticos, permitindo a prática fitoterápica racional na gravidez e com perspectivas para futuros anticoncepcionais masculinos.