O rápido envelhecimento populacional, traz consigo importantes alterações no perfil de morbi-mortalidade. As doenças infecciosas estão rapidamente sendo substituídas pleas afecções crônicas. Atualmente, as condições crônicas são responsáveis por 60% de todo o ônus decorrente de doenças no mundo. O termo doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é utilizado para caracterizar um grupo de doenças que apresentam testes de função pulmonar com anormalidades do fluxo expiratório, que não se alteram substancialmente por um período de vários meses. O objetivo principal da pesquisa foi levantar informações acerca da DPOC entre os idosos da cidade de São Paulo. Esta pesquisa faz parte do Estudo SABE,– Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento, pesquisa descritiva, multicêntrica de corte transversal, que envolveu uma amostra de 2.143 idosos residentes na cidade de São Paulo, correspondendo a uma amostra expandida de 836.205 idosos. Neste estudo considerou-se a população idosa residente no Município de São Paulo em 2000 (1ª etapa) e re-entrevistada em 2006 (2ª etapa). A prevalência de DPOC entre os idosos entrevistados em 2000 foi de 12,2% e de 10,8% em 2006. A maior prevalência foi no sexo feminino 51,4% (2000) e 56% (2006) em todas as faixas etárias. A avaliação do Estado Funcional mostra que as maiores dificuldades relatadas pelos portadores de DPOC foram em realizar atividades de corrida (“dificuldade em correr uma quadra”) – 43,7% (2000) e 49,4% (2006) e subir escadas (“subir um andar sem descansar”) – 35,8% (2000) e 45,6% (2006). A auto-avaliação da saúde foi relatada por 65,98% (2000) e 66,4% (2006) como “ruim/muito ruim”. No entanto, 67% (2000) e 82,7% (2006) relataram estar satisfeitos com suas vidas. As doenças crônicas do aparelho respiratório apresentam grande impacto no Sistema de Saúde Pública, não só devido às altas de mortalidade, mas também em relação aos gastos com seu tratamento (ambulatorial e hospitalar). Sabe-se que as doenças respiratórias representam a 5ª maior causa de morte, segundo dados do DATASUS. Por ser uma doença incapacitante, é de grande importância o conhecimento do seu impacto nos pacientes portadores.