Introdução: envelhecer é um processo natural o qual ocorre alterações morfológicas, funcionais, psicológicas, entre outras, tornando o indivíduo vulnerável a diversas doenças, comprometendo assim sua qualidade de vida. Desse modo, com o aumento da expectativa de vida, desenvolvimento técnico-científico e os avanços da medicina, estão ocorrendo uma maior demanda de cuidados em saúde e a tendência de uma população de idosos aumentada que vem buscando tratamentos medicamentosos e cirúrgicos. Para tanto, compreende-se que o processo de hospitalização pode desencadear nos idosos a ansiedade devido às expectativas e dúvidas, principalmente, em casos de cirurgia, que é permeado por procedimentos invasivos e dolorosos e ainda pelo uso de jargões por parte dos profissionais que prestam o cuidado. Além disso, convém destacar que o pós-operatório também ocasiona uma variedade de sentimentos tanto para o paciente como para família, que se sentem aliviados, mas ao mesmo tempo confronta-se com diversos questionamentos, bem como sentimentos de medo por não saberem como será o período de reabilitação. Nesse contexto, enfatiza-se a relevância do uso da comunicação terapêutica pelo enfermeiro durante a prestação do cuidado sistemático, utilizando-a como um meio para estabelecer um maior vinculo com paciente e sua família, facilitando o processo de aprendizagem e entendimento. Diante do exposto, o presente estudo teve como objetivo investigar o processo comunicativo entre enfermeiro e paciente idoso em pós-operatório. Metodologia: estudo descritivo com abordagem qualitativa, realizado na Clínica Cirúrgica de um Hospital Escola, no município de João Pessoa-PB. Cabe destacar que para realização desse estudo foram considerados os aspectos éticos preconizados pela Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde4, que normatiza a pesquisa envolvendo seres humanos, tendo parecer favorável sob número de protocolo 363/11. Fizeram parte do estudo 18 pacientes internados no referido serviço de saúde, com 60 anos ou mais, no período de setembro a outubro de 2011. Os dados foram coletados por meio da técnica de entrevista, utilizando um instrumento estruturado. A análise dos dados foi realizada por meio da análise de conteúdo. Resultados e Discussão: ao analisar os achados resultantes desse estudo verificou-se que procedimentos simples como o ato de se apresentar, o qual deveria ser realizado pelo profissional como algo continuo, não ocorreu nas interações entre enfermeiro-paciente, havendo uma lacuna no que se refere ao relacionamento interpessoal. Observou-se também que as informações fornecidas pelo enfermeiro, a grande maioria foram de cuidados básicos. Verificou-se também que esses pacientes não estavam à vontade para tirar suas dúvidas e expressar o que estava sentindo. Conclusão: com base no exposto é possível destacar a relevância da comunicação terapêutica utilizada frente ao paciente idoso no pós-operatório. Este fato leva a uma reflexão sobre o ensino desenvolvido na formação do enfermeiro sobre os cuidados, orientações e preparo do paciente no pós-operatório, e, sobretudo, a necessidade de sistematizar o trabalho da equipe de saúde, o que implica em mudanças de atitudes dos profissionais.