DUARTE, Ana Clarissa Viana et al.. . Anais IV SINALGE... Campina Grande: Realize Editora, 2017. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/27687>. Acesso em: 26/12/2024 10:45
Embasada teoricamente na perspectiva sociofuncionalista – união de pressupostos da sociolinguística variacionista e do funcionalismo norte-americano –, a presente pesquisa objetiva analisar os conectores sequenciadores E e AÍ como formas variantes na indicação de sequenciação retroativo-propulsora de informação (SRPI) na fala de pré-adolescentes e adolescentes natalenses. Para isso, considerou-se um corpus composto por oito entrevistas sociolinguísticas, constituintes do Banco de Dados FALA-Natal. Essas entrevistas foram realizadas com indivíduos com idades entre 8 e 21 anos. Posteriormente, foram transcritos os trechos referentes às narrativas de experiência pessoal e aos relatos de opinião, e, nesses trechos, os conectores E e AÍ foram codificados de acordo com as relações semântico-pragmáticas de sequenciação textual, sequenciação temporal e consequência. De um modo geral, os resultados obtidos possibilitaram: a) averiguar se os conectores E a AÍ distinguem-se quanto à frequência de uso nos gêneros textuais narrativa de experiência pessoal e relato de opinião produzidos oralmente, em situação de entrevista sociolinguística, por adolescentes e pré-adolescentes natalenses; b) verificar semelhanças e diferenças na distribuição dos conectores sequenciadores E a AÍ quanto às relações semântico-pragmáticas por eles indicadas em narrativas de experiência pessoal e relatos do opinião produzidos pelas faixas etárias empregadas no estudo; c) Identificar, com base na distribuição dos conectores E e AÍ em diferentes relações semântico-pragmáticas a possibilidade de existência de especializações de uso distintas desses conectores; e, d) avaliar o papel desempenhado pelos adolescentes e pré-adolescentes natalenses relativamente aos fenômenos de variação e de mudança por gramaticalização dos conectores E e AÍ na comunidade de fala como um todo. A análise quantitativa dos dados revelou um significativo uso do conector AÍ entre os pré-adolescentes e adolescentes natalenses. Nas narrativas de experiência pessoal, há indícios de especialização por generalização, uma vez que o referido conector se destacou na indicação de todas as relações semântico-pragmáticas consideradas na pesquisa. Já nos relatos de opinião, há indícios de especialização por especificação, pois, enquanto o conector AÍ tem altas taxas de ocorrência na indicação de sequenciação temporal e consequência, o conector E foi mais empregado na indicação de sequenciação textual.