O ensino da sintaxe é um grande desafio para os professores que se preocupam em dar um sentido funcional ao estudo da gramática na sala de aula, uma vez que o ensino tende a restringir-se a questões metalinguísticas de definição e classificação das unidades da língua, levando preferencialmente o aluno a reconhecer a definição e a classificação. Eludidos pela abordagem reflexiva das gramáticas funcionalistas, o presente trabalho tem por objetivo comparar como a transitividade verbal é estudada, tanto na Gramática Tradicional (GT), quanto na Gramática Funcionalista (GF). O objetivo anteriormente elencado foi motivado pela nossa intenção de pensar a contribuição do estudo funcionalista sobre o ensino de gramática tradicional, tendo em vista que para os estudiosos do funcionalismo a transitividade é estudada a partir da cláusula e não somente centrada no verbo. Para tanto, nos fundamentaremos nas gramáticas de Cunha & Cintra (2001) e Ferreira (2007) – estas que são gramáticas tradicionais comumente adotadas nas escolas – e na gramática funcionalista de Azeredo (2001, 2008) para analisar a transitividade verbal em um artigo de Gustavo Ioshpe – retirado da Revista Veja , e uma reportagem de teor político – retirado do Jornal Tudo. A proposta apresenta relevância para o desenvolvimento de professores e alunos quanto ao estudo gramatical, e uma análise em relação à transitividade verbal pode desencadear diversas outras análises que possam complementar o estudo da sintaxe.