Os famosos clássicos infantis, como A Bela adormecida, Cinderela, Branca de Neve ou Rapunzel, não têm contemplado a realidade de muitas crianças que sonham e buscam ajustar-se aos formatos retratados nas estórias, a qual, no decorrer dos séculos, tem sido o único modelo apresentado às crianças. Diante disso, o presente artigo tem por objetivo refletir acerca das atuais configurações familiares e relações homoafetivas nas fábulas, contos e livros infantojuvenis, como forma de resistência ao modelo familiar aceito na sociedade e viabilização da pluralidade familiar, especificamente, entre casais homoafetivos. No ambiente escolar, é comum deparar-se com essas questões, em que, os (as) docentes não sabem como reagir, em razão da falta de conhecimento ou simplesmente, por optarem “camuflar” tais situações. Para isso, optou-se, como caminho metodológico, a revisão bibliográfica, utilizando-se de cinco livros infantis que fogem à normatização e conduz o público infantil a outras formas de vivenciar a sexualidade. No processo de análise de literatura e levantamento bibliográfico acerca da produção literária infantil, constatou-se que as narrativas atuais se apresentam como uma forma de resistência à opressão, violência, preconceito e violação de direitos humanos vivenciados pelos casais homoafetivos no país e os livros infantis caracterizam-se como um recurso na introdução de temas atuais que fazem parte do cotidiano infantil, dessa forma, existe a necessidade de discutir essas temáticas nas instituições sociais, a exemplo família e escola. Por fim, o artigo possibilita uma articulação entre as atuais narrativas homoafetivas na literatura infanto-juvenil brasileira e suas contribuições no tocante às questões de gênero e sexualidade, para que atitudes violentas, preconceituosas e discriminatórias não sejam naturalizadas, tampouco, perpetuadas.