Este artigo faz uma reflexão acerca do trabalho com literatura afro-brasileira e africana através do material dos Livros Animados de A Cor da Cultura e de livros físicos no Ensino Fundamental II e, mais especificamente, apresenta uma proposta de intervenção realizada no 6º Ano na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Hildon Bandeira, localizada na cidade de Alagoa Grande no estado da Paraíba. Um dos objetivos principais é uma breve discussão sobre aspectos relacionados aos documentos oficiais que alicerçam a Lei 10.639/03, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, além de problematizar a inclusão da literatura supracitada nas salas de aulas do Ensino Fundamental, aqui no caso do 6º ano, e ainda sugerir atividades que possam intervir na prática docente em Língua Portuguesa, no concernente a abordagem e trabalho com literatura em sala de aula. A proposta de intervenção consistiu na realização de quatro oficinas em sala de aula com os alunos, que culminaram com o constructo de materiais ou apresentações baseadas nas narrativas trabalhadas, cuja tessitura das personagens negras apresenta-se inovadora, por meio da ressignificação e valorização do ser negro(a), da sua cultura, história, uma vez que o enfoque maior desse trabalho é o desconstructo do eurocentrismo e o respeito da identidade negra pela literatura na escola e na sociedade. Para isso utilizamos como referencial teórico Cavalleiro, (2001), (2005), (2006), Lopes (2008), Duarte, (2008), Costa (2009), Motta, (2010), Pereira, (2013), Ribeiro, (2014), dentre outros.