Nos últimos anos, pesquisas desenvolvidas em escolas da rede pública nos revelam dados preocupantes quanto ao espaço do ensino de literatura juvenil nas aulas de Língua Portuguesa. Inquietos com esse cenário de apagamento do texto literário e reconhecendo a importância que o ensino de literatura exerce na formação de leitores, o projeto PROLICEN 2016, intitulado Letramento Literário no Ensino Fundamental: onde e como acontece? se propôs a desenvolver uma pesquisa através de observações de aulas na universidade e entrevistas com professores da rede pública de ensino dos munícipios de Bayeux, João Pessoa e Pilar. Nossas pesquisas iniciais objetivaram encontrar respostas que nos esclarecessem sobre as possíveis causas que contribuíram para o distanciamento entre o texto literário e a sala de aula. Através das investigações desenvolvidas constatamos algumas problemáticas que estão arraigadas à invisibilidade pelo qual transita o ensino de literatura. Um dos resultados mais alarmantes, diz respeito à falta de clareza e a incompreensão que os professores entrevistados possuem quanto à função e a utilidade do ensino de literatura. Dessa forma, diante dessa preocupante realidade, reconhecemos a necessidade de reflexão e revisão de algumas práticas metodológicas que estão sendo aplicadas por esses professores nos anos finais do Ensino Fundamental. Além disso, os resultados iniciais obtidos durante as observações realizadas nas aulas de Metodologia de Língua Portuguesa no curso de Pedagogia mostram a importância da contextualização da leitura para a compreensão do texto literário. Em posse desses dados, o presente trabalho visa construir uma discussão que reflita sobre o atual cenário do ensino de literatura, mas não somente isso, nos propormos ainda a desenvolver algumas estratégias de leitura para auxiliar esses professores entrevistados, contribuindo assim para a formação de leitores literários juvenis de modo a promover o letramento literário nas escolas. Para dar suporte as nossas discussões e propostas, recorreremos as teorias tratadas por Kleiman (1993); Soares (199); Solé (1998); Cosson (2006) e Girotto e Souza (2010).