Este trabalho é parte de pesquisa de iniciação científica desenvolvida no âmbito da Universidade Estadual da Paraíba, com fins de identificar, catalogar e analisar produções literárias voltadas para a representação do negro. O objetivo deste estudo está em verificar o processo de construção/reconstrução de uma identidade positiva da mulher negra em textos da literatura de cordel de autoria da cordelista Jarid Arraes, uma ativista na dentro e fora da internet. Destacam-se, da obra da citada autora, produções literárias que dão ênfase à heroínas negras brasileiras com trajetórias de vida marcadas por as representações identitárias de poder, sobre as quais não aprendemos na escola, nem vemos seus nomes na mídia. A pesquisa, de natureza bibliográfica, tem analisado o modo de representação dessas mulheres negras em sua luta e resistência mediante às formas de exploração, preconceito e discriminação, tornando-se protagonistas de sua história. Para tanto, tem feito parte dessa dinâmica de análise a construção discursiva em função da concepção e reconhecimento das diversidades étnico-racial, com suas especificidades no processo de construção sociocultural do país. Dentre o referencial teórico de apoio, destacam-se Bernd (1998), Candido (2008), Brookshaw (1986), Munanga (2003), Hall (2002), dentre outros. Os resultados mostram a relevância dessa literatura que tende a não somente tornar conhecida uma representação identitária de luta e resistência da mulher negra, em contextos e cenários vários, como também possibilita uma leitura comparativa dessa produção discursiva que detém a representação do imaginário de um povo, cristalizando sua maneira de pensar e de reagir ante aos fenômenos sociais.