No cenário brasileiro, a teoria dos gêneros textuais, segundo Marcuschi (2008) teve espaço com mais força em meados dos anos 1990 com a divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s). No entanto, este estudo não é novo, sua existência data de pelo menos vinte e cinco séculos. Mas, apesar dos PCN´s ter se configurado um grande divulgador, uma parcela significativa de professores ainda não utiliza os gêneros textuais em suas práticas em sua sala de aula. O questionamento que se instaura é porque professores ainda utilizam métodos tradicionais de ensino – a exemplo da repetição de sílabas e junção destas para o aprendizado da leitura e escrita. Sabendo que a inserção dos gêneros textuais em sala de aula pode proporcionar aos alunos um contato mais específico com seus usos e funções sociais em determinadas situações comunicativas, no caso da leitura e escrita. Por sua vez, vários estudos comprovaram e/ou demostraram que crianças inseridas num ambiente letrado escolar ou familiar e, que, portanto, remete-se a práticas reais de uso da escrita e leitura têm grandes chances de um avanço mais significativo e qualitativo de sua aprendizagem. Dessa forma, a sequência didática foi escolhida por se caracterizar como “um conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito” (DOLZ & SCHNEUWLY, 2004). No caso, a escolha do gênero textual convite se deu por se tratar de um gênero que circula socialmente e por fazer parte do contexto dos alunos – quando recebem convites de festa de aniversário, por exemplo -, como também por ser um gênero de produção escrita “menor”, no sentido de não ser extenso, até porque são crianças que estão no processo de aquisição da leitura e da escrita. Para tanto, este artigo tem por objetivo apresentar uma experiência com o trabalho do gênero textual convite numa turma de 1º ano do Ensino Fundamental I, numa escola pública do município de Puxinanã situada na zona urbana do estado da Paraíba. Como aporte teórico, recorreremos aos estudos dos gêneros textuais (MARCUSCHI, 2008), Letramento (SOARES, 2010 e KLEIMAN, 1995) e sequência didática (DOLZ E SCHNEUWLY, 2004). Portanto, o trabalho com o gênero textual convite, por meio de uma sequência didática durante uma semana de aula, resultou numa experiência exitosa, pois se configurou o uso real e contextualizado da escrita e leitura, na qual as crianças junto a professora produziram uma escrita para um leitor em específico – no caso os pais e/ou familiares – e com uma mensagem real – convidando estes para uma reunião acerca do desfile cívico da cidade, além disso proporcionou a inserção de práticas e usos reais, o que de fato tornou-se uma leitura mais significativa e contextualizada.