Vive-se em um período o qual, independente das várias denominações que recebe, seja “Modernidade Recente” ou “Era das Linguagens Líquidas” etc., é, indubitavelmente, marcado por mudanças avassaladoras que abarcam os mais variados âmbitos da vida social e alteram o modo de pensar, de ler, de escrever e mesmo de ser. Tem-se um novo ethos. Nesse contexto, então, no âmbito da linguagem, salientam-se novos textos (hipertextos) e novas linguagens (multimodalidade), e se constata um novo modo de autor e leitor se relacionarem entre si e com o “bem produzido”, isto é, com base na participação e na colaboração principalmente. Têm-se “lautores”. No campo da cultura, por sua vez, destaca-se a multiplicidade de culturas, a qual passa a ser reconhecida e a incluir culturas anteriormente “marginalizadas”. Desse modo, cabe analisar práticas de produção participativa/colaborativa na “cibercultura”, realizadas por pessoas comuns. Considerando a ampla divulgação e a participação de inúmeros lautores em uma produção artística, analisa-se, neste artigo, mais especificamente a música “Livre na Balada”, de Wesley Safadão. Para este artigo, foram traçados os seguintes objetivos: apresentar as marcas da sociedade contemporânea e da cultura participativa/de convergência; analisar a música “Livre na Balada” revelando as principais linguagens envolvidas na sua produção; e refletir sobre o papel da escola frente a essas novas formas de produção. O papel da escola merece ser frisado, tendo em vista que a escola da era digital não pode negligenciar essa prática participativa e colaborativa que se instaurou com a implantação da Web 2.0 e que leva à necessidade de se repensar a prática pedagógica e, sobretudo, o currículo escolar, dando espaço para a discussão e a inserção dessas novas práticas. Metodologicamente, fora feita uma pesquisa de natureza qualitativa cuja abordagem adotada fora a netnográfica. Após a análise dos dados, constatou-se que uma diversidade de modos de linguagens foi acionada pelos sujeitos, a exemplo de imagens, linguagem verbal, vídeos, o que revela um novo tipo de consumidor/leitor, e um novo sistema de mídia.