Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das afecções mais prevalentes na população idosa, com reconhecido papel como importante fator de risco na morbidade e na mortalidade por doenças cardiovasculares. O controle da hipertensão se faz por meio de tratamento medicamentoso contínuo além de mudanças no estilo de vida, como prática de atividade física, alimentação saudável, entre outros, exigindo de seus portadores controle durante toda a vida, o que dificulta a adesão ao tratamento, gerando um sério problema de saúde pública. A adesão ao tratamento da hipertensão arterial pode ter se entendido como o grau de coincidência entre o comportamento do indivíduo e a prescrição do profissional de saúde, a qual abrange além da terapia medicamentosa os cuidados que envolvem o estilo de vida, sendo um processo comportamental complexo influenciado pelo meio ambiente, pelo sistema de saúde e pelos cuidados de assistência à saúde. Sabendo, que a não adesão ao tratamento da HAS pode ocasionar diversas complicações para a saúde do idoso, este trabalho teve por objetivo analisar as causas da não aderência ao tratamento da HAS na população idosa, e descrever suas principais complicações. Metodologia: Estudo exploratório, descritivo de abordagem quantitativa, realizado a partir de uma revisão sistematizada da literatura, cujos dados foram coletados na base de dados SciELO, no período de Março e Abril de 2013, utilizando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DECS): “idosos” and “hipertensão” and “tratamento”. Para a escolha das publicações, foram considerados os seguintes critérios de inclusão: ser artigo de pesquisa, ter sido publicado no período de 2000 a 2012, estar escrito em português, ter disponibilizado acesso completo via eletrônica. Os dados foram agrupados e apresentados em figuras, em frequência simples e percentual, e analisados à luz de literatura pertinente. Resultados e Discussões: Foram encontrados 43 artigos, sendo somente 15 artigos selecionados. Constatou-se que a não adesão ao tratamento, seja ele farmacológico ou não-farmacológico, está associado a um perfil comum em idosos com baixa ou nenhuma escolaridade, baixa renda e sobrepeso. Algumas das causas de abandono do tratamento são: o medo de dependência e perda de autonomia, preocupação e ocorrência dos efeitos adversos, uso de múltiplos medicamentos, uso de tratamento alternativo, influências sociais e culturais, falta de conhecimento, fator econômico e esquecimento. Com isso as principais complicações relacionadas a não adesão ao tratamento foram: doenças cardiovasculares, risco de síndrome coronária aguda, insuficiência renal, acidente vascular cerebral, desenvolvimento precoce de diabetes mellitus, infarto agudo do miocárdio, morte prematura e crises hipertensivas, levando os idosos a maiores risco de hospitalizações e sequelas devido as complicações. Conclusões: torna-se necessário desenvolver estratégias na assistência ao idoso para que ocorra uma comunicação efetiva entre equipe-idoso-família, além de proporcionar a capacitação da equipe para desenvolver ações de educação em saúde para diagnóstico e tratamento precoces e adequados, modificando o estilo de vida, os medicamentos, favorecendo medidas de prevenção das complicações próprias da HAS para redução de morbimortalidade cardiovascular com manutenção ou melhora da qualidade de vida e de independência funcional do idoso hipertenso.