INTRODUÇÃO: Saber lidar de forma profissional-afetiva em relação a prática assistencial para com idosos acamados sequelados de Acidente Vascular Encefálico (AVE), e vivenciar o óbito dos mesmos é um desafio importante para o trabalhador da área de saúde. Como partes integrantes dos cuidados de enfermagem para com este público, assim como também dos cuidadores de idosos, a mudança de decúbito, os cuidados com a alimentação, higiene, eliminações, incentivo a fala, movimentação de membros e apoio psicológico tem por objetivo a melhoria do quadro clínico e potencialização de um bom prognóstico, mesmo que duvidoso. METODOLOGIA: Relato de experiência vivenciada a partir de visitas domiciliares direcionadas a Saúde do Idoso entre maio e outubro de 2013, na cidade de ARARA-PB, baseando-se na vivência e cotidiano de dois pacientes cuidados por seus familiares e profissionais de saúde. Utilizou-se a observação participante baseada na convergência assistencial. RESULTADOS: Foram realizadas visitas domiciliares e prestação de cuidados de enfermagem com os dois pacientes diariamente no primeiro mês. Um deles possuía lesão crônica no pé esquerdo, dispneia frequente, disfasia, ingestão hídrica e alimentar prejudicadas relacionados a dificuldade de deglutir, provocando óbito do mesmo. Referindo-se a segunda paciente, os cuidados seguiram-se por 05 vezes na semana no período noturno. Após o primeiro AVE, esta evoluiu com perda de peso, disfasia, úlcera por pressão na região sacral; lesão na cavidade oral e dentição incompleta; seguindo-se dois outros AVEs; o quadro culminou com meningococcemia, meningite e óbito 4 meses depois. REFLEXÃO: A experiência construída a partir da vivência e acompanhamento da evolução insatisfatória e óbito de idosos acamados é marcante, e ao mesmo tempo instigante, quanto à insatisfação assistencial ao idoso acamado em nosso país. Na tentativa de construir junto aos pacientes atividades que promovam seu bem estar, a enfermagem deve considerar a necessidade de práticas técnico-assistenciais elaboradas e consolidadas, que sejam compensatórias as agressões do meio e falta de recursos assistenciais mínimos. Mesmo que iminente a certeza da morte, a sensação de perda da possibilidade de continuidade de cuidados e recuperação do paciente em função da morte é algo desestruturante e fragilizador; todavia possível e frequente na lide com o público idoso. Cabe ressaltar o primor de um comportamento pautado no perfil do profissionalismo afetivo para otimização destas situações.