INTRODUÇÃO: O Brasil passou de um perfil de mortalidade típico de uma população jovem para um quadro caracterizado por enfermidades crônicas e múltiplas, sobretudo nas faixas etárias mais avançadas, o que exige acompanhamento médico e farmacológico constante (GORDIHO et al., 2000; VERAS, 2003). Com o aumento da expectativa de vida, vieram juntas as tão conhecidas doenças crônicas ligadas à idade e com elas a grande necessidade de medicamentos cada vez mais potentes para amenizar os sintomas da idade avançada e do cansaço fisiológico do corpo humano. O diagnóstico errado das doenças, utilização de dosagem insuficiente ou excessiva, aparecimento de efeitos indesejáveis graves ou de reações alérgicas são apenas alguns dos riscos causados pela automedicação. OBJETIVO: Averiguar quais fatores associados à prática da automedicação em um grupo específico de idosos hipertensos e diabéticos, que foram sujeitos desta pesquisa. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa-ação com abordagem quanti-qualitativa realizada através da análise de questionários respondidos pelos pesquisados. Foram tomados como sujeitos da pesquisa idosos com 60 anos ou mais, previamente cadastrados no programa de prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica e da Diabetes Melito, denominado pelo Ministério da Saúde de Hiperdia, de uma Unidade Básica de Saúde da Família no município de Campina Grande-PB. RESULTADOS: A presença de diversas patologias concomitante foi comum na análise dos dados, fato que favoreceu a polifarmácia e, consequentemente, a automedicação. Pelo que foi observado 81% dos idosos entrevistados realizam a automedicação, dentre os quais 28% não são alfabetizados e relataram desconhecer a função real da medicação que faz uso. CONCLUSÃO: A falta de informação é um dos principais problemas que assolam a sociedade no que tange ao uso indiscriminado de medicamentos. Diante da menor enfermidade, com o intuito de aliviar os desconfortos decorrentes da sintomatologia, principalmente a dor as pessoas buscam soluções leigas, baseadas no empirismo cotidiano, fato este que acaba por trazer inúmeros malefícios à saúde. Neste caso, é função da equipe multidisciplinar da Estratégia Saúde da Família envolver o idoso no processo de cuidado, fazendo-o reconhecer a real importância do uso correto da medicação e dos riscos evidentes causados pela automedicação.