O consumo de álcool possui ampla complexidade e magnitude na atualidade, visto que seus efeitos afetam significativamente a saúde dos usuários e familiares, devendo ser compreendido de forma multidimensional e global. O alcoolismo entre os idosos é responsável por graves problemas, apresentando-se como uma questão de saúde pública, o que implica a necessidade de se elaborar políticas específicas direcionadas à população idosa, pois os modelos vigentes mostram-se ineficazes e de custo elevado. Nessa perspectiva, objetivou-se traçar o perfil dos idosos usuários de álcool acompanhados em uma Unidade da Estratégia Saúde da Família (ESF), como forma de caracterizar esse grupo de risco e qualificar a assistência prestada pelos profissionais de saúde a essa população. Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada com 10 idosos, usuários de álcool, acompanhados em uma Unidade de Estratégia Saúde da Família (ESF) localizada no bairro Sol Nascente no município de Cajazeiras/PB. Os dados apreendidos foram apurados manualmente, agrupados a partir dos dados primários, analisados através de uma estatística descritiva e em seguida, organizados em tabelas construídas com auxílio do programa Microsoft Office Excel for Windows 2007. Os participantes caracterizaram-se, em sua maioria, por idosos do sexo masculino, casados, aposentados, católicos, residentes na zona urbana, apresentando um baixo nível de escolaridade e tendo como renda mensal básica um salário mínimo. Desses idosos, 65% possuem entre 1 a 4 filhos e 85% residem com uma média de 4 pessoas. Tais participantes ainda apresentam algum tipo de doença crônica, dentre elas a Hipertensão Arterial, fazendo uso contínuo de medicação. Os estudos mostram que os homens idosos tendem a beber mais que as mulheres idosas, e estas apresentam maiores probabilidades de modificarem o comportamento do beber com a idade, o que pode justificar muitas vezes, o baixo número de mulheres em tratamento. Quanto ao nível econômico e o baixo grau de escolaridade, estes são considerados fatores de risco potencial para o abuso e dependência de qualquer substância psicoativa, inclusive do álcool. Muitas vezes, os idosos não entendem o uso de diversas substâncias psicoativas que agem como droga, principalmente as de natureza lícitas, o que acaba por acarretar graves consequências à sua saúde e à sua interação no meio sócio-familiar. Assim, pôde-se perceber que há uma relação significativa entre o consumo de álcool e os eventos individuais da vida do idoso pertinentes a aposentadoria, viuvez, divórcio, uso desorientado de medicamentos, exclusão social e abandono.