Tudo quanto existe pode ser abordado pela poesia desde que o poeta perscrute-lhe a existência, seja uma pedra, uma flor, um lápis ou o horizonte. O retrato é um dos temas que por diversas vezes encontramos na poesia das mais variadas maneiras, utilizado para louvar o encantamento com o tempo que passa e para eternizar momentos da existência da vida através das fotografias. Esta comunicação tem como objetivo analisar o poema Retrato Falante, de Cecília Meireles procurando observar o modo como o eu lírico lida com a presença do retrato na sala de sua casa. O poema assume um caráter reflexivo sobre a vida e o tempo, através dos dois discursos que se cruzam: o do eu lírico e o do espelho. Será proposta uma sequência didática voltada para a discussão de questões que o poema levanta, como a morte, as visitas, o sentido de certas conversas. Partiremos da própria experiência que os leitores têm das fotografias para pensar o lugar dos retratos e seu valor simbólico. Tendo em vista a complexidade do tema abordado, a proposta de abordagem poderá ser efetivada com alunos dos últimos anos do ensino fundamental e ensino médio. Fundamentamo-nos em Alves (2007), Cosson (2014) e Freire (2005).