Na narrativa contemporânea latino-americana, parte da literatura produzida pelos escritores do presente é permeada por elementos localizados nas fronteiras entre a realidade e a ficção. Assim, histórias ficcionais se mesclam a elementos autobiográficos, resultando no fenômeno que a crítica contemporânea tem intitulado de autoficção. Percebe-se, nas literaturas do presente, uma experiência do escritor com a crítica social, de modo que temas como a experiência com as drogas, o sexo, o orgasmo, e a vida suja nas grandes cidades contemporâneas marcam essa literatura. Dessa forma, resulta na produção de uma literatura crítica comprometida com o social, como um canal de reivindicação social. Nesta pesquisa, nos interessa refletir sobre a narrativa autoficcional do escritor cubano Pedro Juan Gutiérrez, como um espaço de crítica social. Esta pesquisa fundamenta-se nos estudos sobre a narrativa cubana contemporânea de Palmer (2002) e Zaldívar (2002), nas contribuições sobre autoficção de Gasparini (2014), entre outros estudos.