Introdução: De acordo com o censo demográfico de 2010, do IBGE, a população de 60 anos ou mais residente no país era de cerca de 20,6 milhões, o que corresponde a aproximadamente 10,8% da população total do país, evidenciando um aumento relativo em comparação a 8,6% da população em 2000. Com o envelhecimento da população, surgiu a necessidade de aprofundar os conhecimentos na sexualidade em idosos, assunto considerado tabu pela sociedade, sendo, por vezes, ignorado até pelos profissionais de saúde. Apesar das conhecidas limitações físicas determinadas nessa fase do desenvolvimento humano, como disfunção erétil e a redução do hormônio sexual nas mulheres, os aspectos psicológicos levam os idosos a absorver a cultura permeada por preconceitos em que estão inseridos e evitarem exercer sua sexualidade. Mesmo com essas mudanças fisiológicas, o desejo sexual se mantém presente nas pessoas de terceira idade, sendo a sexualidade determinante para a saúde física e emocional das pessoas em processo de envelhecimento. Objetivo: Avaliar a percepção dos idosos quanto à importância da sexualidade no processo do envelhecimento e analisar os aspectos que envolvem a sexualidade para o idoso.Metodologia: Revisão sistemática realizada nas bases de dados MEDLINE e LILACS. Os descritores utilizados foram “sexualidade” e “envelhecimento” e “idoso”. Foram considerados como elegíveis os artigos, no idioma português, realizados no Brasil. Os critérios de exclusão foram estudos cujo foco central fosse DSTs/AIDS, tratamentos para disfunção erétil e climatério, ou que correspondessem apenas a reflexões de autores, relatos de caso e revisões de literatura. Resultados: Dos 139 estudos encontrados a partir dos descritores, foram selecionados 7 estudos em função dos critérios estabelecidos, que corresponderam a 4 estudos transversais quantitativos, e 3 estudos transversais qualitativos. Os estudos mostraram que idosos consideram o sexo muito importante, sentem desejo e gostam de sexo atualmente. Apesar de o sexo ser importante para ambos os sexos, os homens apresentam maior freqüência e satisfação sexual em relação às mulheres. Como fatores para que a prática sexual não ocorra, foram apontados o esforço físico da prática sexual, a menopausa, a disfunção erétil, a rotina ou a falta de parceiros. Como estratégias para melhorar a vida sexual, foram levantadas o estímulo visual e a substituição do ato sexual por outras manifestações da sexualidade, como carinhos, toques, carícias, atenções especiais. Os idosos demonstram dificuldade em expressar sua sexualidade, vivenciando conflitos, confundindo sexo, relação sexual e sexualidade. Também é enfatizada a importância do companheirismo, da socialização, das atividades lúdicas como veículo da expressão da sexualidade do idoso. Conclusão: Conclui-se que a sexualidade é considerada importante por grande parte dos idosos. A capacidade de amar e de exercer práticas sexuais não tem limite cronológico, o limite está no campo psicológico, no preconceito e na intolerância social. Como a sociedade tem se modificado rapidamente e a população de idosos vem aumentando gradativamente, é fundamental que os profissionais de saúde dêem importância ao assunto e que sejam realizados novos estudos nessa área.