Introdução. A sexualidade na velhice é um tema comumente negligenciado pelos serviços e profissionais de saúde. Esta condição tem sido negada, historicamente, ao longo das construções sociais, estando voltada a estereótipos negativos. Entretanto, o registro crescente do número de pessoas idosas contaminadas pelas Infecções de Transmissão Sexual e HIV, traz à tona a necessidade de discussão e inclusão dentro dos serviços de saúde da sexualidade e vida sexual dos idosos. Objetivo. Identificar as ações realizadas pelo profissional enfermeiro na Estratégia Saúde da Família frente à prevenção das Infecções de Transmissão Sexual e HIV/Aids na população da terceira idade. Metodologia. Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva de abordagem qualitativa, realizada nas Estratégias Saúde da Família do município de Juazeiro do Norte – CE, tendo como sujeitos da pesquisa enfermeiros vinculados a estas unidades. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas individuais que foram encerradas após saturação dos dados. Os discursos foram organizados com base na análise de conteúdo e analisados conforme a literatura pertinente. Resultados. Participaram da pesquisa enfermeiros, em sua maioria do sexo feminino (10), com idade entre 30 e 35 anos, solteiros, tempo de formação entre três e seis anos, com renda entre três a cinco salários mínimos. Os enfermeiros relataram executarem ações para o controle e prevenção das ITS’s/Aids na terceira idade através de orientações individuais em suas consultas, embora afirmem dificuldade, em decorrência da barreira cultural desses idosos, para a abordagem do assunto. Afirmam ainda que na tentativa de estimular a participação de idosos nesta discussão utilizam diversos artifícios tais como a realização de palestras, reuniões e rodas de conversa, utilização de imagens e ilustrações sobre a temática, devido a relutância dessa população em expor sua sexualidade e desconhecerem sua vulnerabilidade. Apontam que os gestores em suas ações reforçam a invisibilidade da sexualidade da população idosa, estimulando ações de controle das ITS’s/HIV/Aids para a população jovem, tipicamente reprodutiva. Conclusão. Algumas modificações no âmbito da prevenção das IT’s/HIV/Aids na terceira idade podem e devem ser realizadas, através de maior capacitação dos profissionais de saúde para abordagem da temática junto aos idosos, realização de parcerias com instituições de ensino e apoio de gestores. Recomenda-se também o investimento na formação de grupos específicos de idosos para que cuidem da sexualidade e garantam o envelhecimento saudável dos mesmos.