Introdução: O processo de envelhecimento populacional é uma realidade universal, surge juntamente com o novo panorama epidemiológico com maior prevalência de doenças crônicas e degenerativas. Estas são responsáveis por limitações funcionais gradativas que podem chegar a total restrição no leito. Um dos grandes desafios no cuidado ao paciente restrito ao leito associa-se ao responsável pelo cuidado no domicilio que não está capacitado para prestar um cuidado efetivo ao seu familiar. A visita domiciliar é o instrumento que permite aos profissionais de saúde conhecer a realidade vivenciada pelo usuário, identificar riscos no ambiente e complicações, e propor intervenção em tempo hábil. Objetivo: Relatar a experiência de residentes na capacitação do familiar cuidador, na assistência a uma idosa acamada. Metodologia: A partir da solicitação da assistência domiciliar pela Equipe Saúde da Família, os residentes a princípio tomaram conhecimento do histórico do domicílio, para só então agendar uma visita. Na primeira visita foi realizada a anamnese e histórico do idoso, em seguida fez-se uma avaliação e uma intervenção inicial. Após a visita discutiu-se a situação familiar com os professores orientadores a fim de verificar a necessidade de encaminhamento a outros serviços da rede de saúde, bem como para traçar os diagnósticos e o plano de intervenções. A partir da segunda visita os cuidadores foram capacitados por meio de manuais ilustrativos e demonstrações práticas. A avaliação das intervenções praticadas pelos cuidadores foi realizada durante todo o processo, e algumas condutas readequadas à medida que fossem surgindo novas demandas. As intervenções eram de conhecimento das Equipes de Saúde da Família. Resultados: O cuidado domiciliar caracteriza-se como um desafio para o cuidador, que assume a responsabilidade pelo idoso acamado, mas não recebe informações a respeito da doença, orientações ou apoio sobre o cuidado, nem indicações de como seguir o tratamento. As visitas domiciliares permitiram avaliar as necessidades da pessoa idosa, de seus familiares. Ainda foi possível um gerenciamento efetivo da saúde desses idosos, identificando seus agravos, limitações e sequelas, bem como as dificuldades da família na realização do cuidado. O trabalho da categoria de fisioterapia consistiu em levar ao cuidador principal, orientações básicas de adaptações ergonômicas, cinesioterapia, estimulação sensorial, bem como estímulo para seu autocuidado, de modo a preservar o convívio familiar e a qualidade de vida da idosa pelo maior tempo possível. Desta forma, as visitas domiciliares, permitiram o conhecimento das características, necessidades e expectativas da família, para prestar uma assistência mais direcionada, além de apresentar-se para este cuidador como um suporte emocional e um apoio para suas dúvidas e limitações, aumentando sua autoconfiança, e favorecendo o fortalecimento de vínculos da família com os profissionais de saúde. Conclusão: O cuidado domiciliar de responsabilidade do fisioterapeuta deve priorizar a presença da família desses indivíduos como potenciais cuidadores em nível domiciliar que devem ser incentivados e orientados para assumir tal compromisso.