O aumento da expectativa de vida é na atualidade um marco para a humanidade. O retrato da população mundial tem adquirido abruptamente marcas de expressão cada dia mais acentuadas, ou seja, as pessoas estão vivendo mais. Segundo estimativas, espera-se que em 2050 o planeta apresente um contingente de 1,5 bilhão de idosos no mundo, inclusive, abrangendo veementemente o Brasil, que na ocasião terá 50 milhões de pessoas com idade superior a 65 anos. A diminuição dos índices de natalidade, os avanços na ciência, as conquistas na medicina e a busca por uma melhor qualidade de vida, são alguns dos indicadores que tem contribuído para a construção de um novo olhar sobre a velhice. Frente a uma sociedade arraigada pela valorização exacerbada pelo novo, o velho é enxergado como algo obsoleto e em acelerado estado de depreciação. Essa visão arcaica tem sido modificada paulatinamente a partir da definição de novos papéis e da percepção de uma velhice mais ativa. É nessa perspectiva, que a presente investigação busca apresentar a relevância da terceira idade para o contexto mercadológico e ao mesmo tempo expor como esse grupo etário tem encarado as transformações no tempo e no espaço em que estão inseridos. Para tanto, a investigação foi engendrada mediante um estudo exploratório-descritivo, com abordagem quali-quantitativa. O cenário da pesquisa foi o município de Patos-PB e o universo formado por 25 idosos, entretanto, participaram da pesquisa 17 idosos cadastrados no Centro de Referência de Assistência Social - CRAS. Ressalva-se, que a efetivação do estudo ocorreu mediante a aplicação de questionário e da técnica de entrevista. Os resultados evidenciaram que a maioria dos sujeitos da pesquisa corresponde ao sexo feminino (94%), quanto à faixa etária 29% possuem entre 65 a 69 anos. Quanto à renda, 82% recebem um salário mínimo. Quase todos têm casa própria, totalizando 82% dos colaboradores. A maioria 88% considera-se responsável financeiro pela manutenção alimentícia da família. No item correspondente aos principais elementos de despesa, 100% elegeram o item alimentação, 100% moradia, 94% produtos de beleza, 88% roupas, 88% medicamento, 82% transporte, 12% plano de saúde, 12% empréstimos e 6% viagens. No processo de decisão de compra, 88% priorizam o menor preço e 12% optam pela qualidade. Ademais, 94% do grupo de idosos do CRAS, afirmaram conhecer o estatuto do idoso. Diante dos relatos do grupo focal, fez-se emergir na superfície um perfil mais atuante da pessoa idosa, que diverge do conceito estigmatizado de um envelhecer calcado em um processo fisiológico de decomposição do sujeito social. Sintetizando os resultados, o “velho” vem mostrar que, administra seus rendimentos, coordenando os gastos familiares, enxerga e exige seus direitos e demonstra seu potencial valor para o mercado, como ávido demandante. Por fim, é necessário que toda a sociedade civil e organizações das mais variadas esferas, mirem o público sênior sobre uma nova ótica, pois, estes não devem ser vistos de acordo com a idade que têm, mas pelos anseios, desejos e a vontade cada vez maior de aproveitar o melhor da vida, com tudo têm direito.