O envelhecimento é um processo complexo e gradual, caracterizado pelo declínio dos processos fisiológicos do organismo. Sabe-se que a prática de atividade física está relacionada à melhoria da frequência cardíaca, fortalecimento muscular e ósseo e flexibilidade das articulações para os idosos. Assim, a inclusão do idoso num programa de atividade física é uma estratégia para reduzir os declínios funcionais relacionados ao envelhecimento. Pensando nisso, foram implantadas as academias da terceira idade (ATI’s), como promoção da prática de atividade física em espaços públicos e de forma gratuita para a pessoa idosa. Nessa perspectiva, o presente estudo teve como objetivo demonstrar o perfil de idosos praticantes de atividade física em uma ATI de João Pessoa-PB. Tratou-se de um estudo de campo, transversal e quantitativo. A coleta de dados foi realizada através de um questionário semiestruturado acompanhado pelo Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Foram entrevistados 42 idosos, sendo 62% do gênero masculino e 38% do gênero feminino, com idade entre 60 e 80 anos, sendo a maioria (69%) casados, seguidos por viúvos (14%), divorciados (12%) e solteiros (5%). Dos entrevistados, 31% recebem entre 3 e 5 salários mínimos mensais, 28,5% de 1 a 3 salários, 23,8% acima de 5 salários, e 16,7% até um salário mínimo. Quanto à escolaridade, 48% possuem nível superior, 31% ensino médio e 21% ensino fundamental. O tempo de frequência da ATI está entre 3 meses e 1 ano para 19%, de 1 a 5 anos para 43%, de 5 a 10 anos para 29% e acima de 10 anos para 9%. Quanto a periodicidade, 41% disseram frequentar a ATI por 5 dias na semana, 31% por 4 dias, 17% por 3 dias, 10% por 2 dias e 2% 1 vez por semana, sendo que 71% permanecem por 1 hora na ATI, 19% ficam por 30 minutos e 10% até 2 horas. Um total de 93% dos idosos realizam outras atividades físicas, como: caminhada (87%), pilates (5%), musculação (3%) entre outros (5%). E 98% relataram que a atividade física praticada trouxe algum benefício para si, como o aumento da disposição ao realizar as tarefas diárias (37,5%), recuperação e manutenção da saúde (23%), fortalecimento dos músculos e melhora da mobilidade (10,5%), emagrecimento (9%), melhora da qualidade do sono (9%), bem-estar (7%), socialização e autoestima (ambos com 2%). Quanto aos hábitos alimentares, a maioria consome regularmente frutas (88%), legumes e verduras (76%). Em relação ao tabagismo, 43% afirmaram nunca terem fumado, 23% são ex-fumantes e 2% fumam. Investigou-se também a incidência de doenças e constatou-se que 74% dos idosos apresentam uma ou mais doenças, sendo as mais prevalentes hipertensão (34,6%) e diabetes (13,5%). Conclui-se que a promoção de atividade física para idosos apresenta implicações clínicas significativas. Portanto, é necessário que os profissionais de saúde deem orientações acerca da prática de atividade física adequada à idade e incentivem mudanças no estilo de vida, como uma alimentação saudável e o abandono do tabagismo, que associados a um estilo de vida ativo, contribuem para a melhoria da qualidade de vida do idoso.