A presente pesquisa foi realizada junto aos agricultores (as) familiares do município de Lagoa Seca-PB. Teve objetivo analisar as mudanças ocorridas na divisão sexual do trabalho no âmbito da produção da agricultura familiar, com o advento do uso de novas tecnologias de convivência com o semiárido e detectar em que proporções estas mudanças têm contribuído para redefinir as relações de gênero, no interior do grupo doméstico e na organização do trabalho familiar voltado à agricultura que utiliza novas tecnologias e produz para o mercado. Procurou-se detectar, se houve mudanças nas relações de gênero entre os agricultores e agricultoras familiares que trabalham nas áreas irrigadas do referido município. Para tanto foi realizada uma pesquisa de campo. O universo foi composto por trinta famílias que trabalham com fruticultura e horticultura irrigada . Constatou-se que o modelo nuclear de família que congrega pai, mãe e filhos, é de fundamental importância para execução das tarefas realizadas na produção agrícola. Através das entrevistas realizadas foi possível identificar que as relações entre homens e mulheres ferem o princípio constitucional da isonomia, e o patriarcalismo ainda se faz presente. No entanto as mulheres estão conquistando os espaços nas associações de produtores rurais e sindicato, para ter acesso a capacitação para o uso de novas tecnologias de convivência com o semiárido ampliação da agricultura sustentável e a melhoria da qualidade de vida. Assim, foi possível identificar as alterações ocorridas nos papéis, masculino e feminino no interior do grupo doméstico, com a introdução do uso de tecnologias na produção agrícola, e que a mulher está se destacando, por estar tendo acesso à capacitação.
Palavras-chave: Agricultura familiar, Relação de gênero, novas tecnologias de convivência com o semiárido