A presença da Igreja católica no Brasil enquanto colônia destacou-se não somente no campo religioso, mas no político, social e urbano, servindo como referência paisagística nas cidades coloniais, além de ter sido responsável pela fundação de vilas e povoados como é o caso de alguns municípios do sertão paraibano. Com o sistema de sesmarias, onde terras eram doadas com fins de ocupação e exploração a igreja foi fundamental na atração de pessoas para seus arredores. Com isso, a localização desses terrenos deu condições à Igreja em decidir sobre o desenvolvimento de pequenas vilas, predominantemente em seu entorno tornando-se posteriormente os centros das cidades, no município de Uiraúna isso não foi diferente, a cidade floresceu e cresceu ao redor da pequena capela. Com efeito, entende-se a exemplo de Uiraúna onde as doações de terras em núcleos urbanos abriu os caminhos da expansão urbana sobretudo pelo caráter ideológico e dominante da fé católica. Nesta perspectiva, considerando os anos iniciais da conquista do território brasileiro e o processo de constituição e consolidação das cidades, este trabalho propõe estudar o município de Uiraúna, Paraíba no século XIX época em que registros históricos ultramarinos revelam a relação das Igrejas e cidades elementos chaves para o entendimento dos agentes fundiários no contexto brasileiro. Desta forma o objetivo é entender como a Igreja católica interferiu no processo de desenvolvimento urbano na cidade uma vez que foi em torno dela seu desenvolvimento, analisando e mapeando a extensão de terras urbanas eclesiásticas que ainda perduram até os dias atuais.