O nordeste brasileiro possui aproximadamente 90% de seu território formado pelo clima característico do semiárido e vegetação típica da caatinga. A ação antrópica é um dos principais causadores dos impactos ambientais e sociais existentes na região, sendo a mineração uma das atividades econômicas que mais preocupam os pesquisadores. O objetivo desta pesquisa é realizar um diagnóstico preliminar das atuais condições de descarte dos rejeitos de gipsita proveniente de calcinadoras, a fim de identificar os possíveis impactos ambientais e sociais da indústria gesseira. A área de estudo do presente artigo está delimitada entre os municípios de Ipubi e Trindade, localidade inserida no Polo Gesseiro de Araripe do qual exerce forte influência sobre o meio ambiental e socioeconômico. Para a realização da pesquisa foram realizadas expedições às empresas existentes ao longo da PE-630, onde foram analisados os processos de produção e o ambiente interior e exterior das empresas, bem como as áreas circundantes, a partir de métodos observatórios. Ao todo, 12 empresas foram visitadas e pré-diagnosticadas. Como resultado, foi visto que o rejeito é descartado, em sua maioria, diretamente no solo, juntamente com outros materiais, em áreas internas dos empreendimentos, em terreno baldio ou a beira de estradas próximas às calcinadoras. Em conclusão, destaca-se que apesar da importância econômica da atividade minerária para o desenvolvimento da região, é necessário a tomada de ações mitigadoras dos impactos ao meio ambiente provindos do beneficiamento do gesso, sendo imprescindível a realização de novas pesquisas com o propósito de desenvolver meios alternativos de descarte do mineral de forma segura ou apresentando outros meios de reutilização deste material.