Ao longo da história o ensino de ciências sofreu várias modificações no seu currículo, entre elas uma convergência gradual do ensino acerca de um produto para o ensino mais voltado como um processo. Uma das vertentes que tomou evidencia e grande espaço na área foi o ensino através da investigação. Essa vertente surgiu no século XIX e com abordagens em que o professor era um facilitador do ensino, guiando o aluno até a sua descoberta. Com o crescimento da industria e das tecnologias, pensadores como Dewey, influenciaram os currículos com o tema: “ciência para o progresso” culminando assim em um modelo a ser seguido para o ensino de ciências. Entretanto, pensadores como Edgar Morin criticavam essa repetição de um modelo ou padrão a ser seguido alegando que ao seguir esses passos, estaríamos restringindo o aluno ao novo, abortando assim suas potencialidades. Nesse sentido o presente estudo tem como objetivo problematizar como o ensino de ciências por investigação pode ser desenvolvido através de duas óticas: uma perspectiva mais próxima de uma estratégia, e outra que se assemelhe a um programa. Nos Estados Unidos, o modelo dos 5 E's, faz parte dos programas de ciências desde os anos 80, e é usado em disciplinas não científicas e em situações de educação informal. Enquanto que o ensino como estrategia introduz temas transversais como no Standards, enfatizando a aplicação do conhecimento do mundo real. Quando pensamos na prática investigativa enquanto estratégia, o ensino de ciências torna-se mais flexível, visto que o aluno tem mais possibilidades de tecer redes de sentido entre a sua realidade e alguns conceitos científicos. Entender a prática investigativa a partir dessa matriz também alarga as possibilidades de atitudes, críticas de pesquisa e de construção de conhecimento autônomo da parte de alunos e professores.