Este trabalho tem o objetivo de analisar as práticas de institucionalização da infância pobre no município de Belém, admitidas no regime de internato na Instituição Pia Nossa Senhora das Graças, no período de 1943 a 1966. A pesquisa é do tipo documental e a análise pauta-se na história cultural de Roger Chartier, com base nas práticas e representações constituídas nos documentos. As fontes documentais utilizadas foram Atas, Estatutos, Fichas de Admissão de Menores, Fotografias, Regimento Interno, Relatórios de Trabalho e Reportagens em Jornais. Esta Instituição surgiu em um período crítico em Belém, onde pobreza, doenças e o abandono eram recorrentes no cotidiano das crianças. A origem da Instituição Pia Nossa Senhora das Graças ocorreu com a criação da Associação da Juventude Antoniana pelos Frades Menores Capuchinhos de Belém e Ilda Martins (Religiosa Franciscana). A intenção inicial da Associação consistiu em salvar as crianças da pobreza e propagar do catolicismo no Pará. As práticas de institucionalizar crianças pobres estavam vinculadas ao projeto de nação da modernidade que visava civilizá-las pelo trabalho, onde o isolamento, práticas religiosas e o ensino de um ofício, as transformariam em seres úteis a sociedade. Identificamos que além da assistência material e espiritual, ainda era ofertado às crianças o ensino primário de 1ª a 4ª série e Educação Doméstica para as meninas admitidas. Indubitavelmente, a Instituição Pia Nossa Senhora das Graças amparou, educou e protegeu da pobreza e do abandono a Infância em Belém do Pará.