O período da Primeira República marcou pelo desenvolvimento educacional vivenciado no país e no estado do Rio Grande Norte, de maneira que se faz imperativo entender como o Estado atuou no campo educacional entre os anos de 1889 e 1895. Assim sendo, objetiva-se pesquisar a atuação do Estado no desenvolvimento do ensino nos anos iniciais da República, a partir das representações do imaginário da cultura escolar potiguar presentes nas Mensagens anuais da administração pública. Para operacionalizar este pesquisa, foi construído o conceito de imaginário da cultura escolar a partir da junção dos conceitos de imaginário (Castoriadis, Le Goff, Pantlagean, Baczo) e de cultura escolar (Dominique Julia). A união destes dois conceitos possibilitou o estudo do imaginário presente no âmbito dos discursos, sob a influência decisiva do Estado-Providência (Bosi). Nos primeiros anos observou-se uma significativa instabilidade política, contudo, pode-se afirmar que em todas as mensagens proferidas pelo governo, a preocupação com a instrução pública foi uma constante. Quando o primeiro governador foi eleito, no ano de 1892, foi realizada a primeira reforma da instrução pública potiguar. Por fim, é importante perceber que a atuação do Estado na instrução pública durante o período estudado se deu, principalmente, no campo das ideias. As iniciativas tomadas não foram muito eficientes na prática, já que a situação do ensino pouco mudou, no entanto, revelam as “nobres aspirações” citadas por Pinto de Abreu, que inspiraram as futuras administrações e construíram o imaginário da cultura escolar.