A alfabetização é um campo de conhecimento, uma prática sociocultural, histórica realizada prioritariamente dentro das instituições educativas e, que dependendo da concepção teórico-metodológica, pedagógica que a escola e o/a professor adotem formará, ou não, um/a aluno/a alfabetizado, partindo da concepção de alfabetização não como um processo reduzido a aprender a ler e escrever, mas de alguém que faz uso da leitura e escrita no contexto das práticas sociais. Busca-se neste trabalho analisar se a forma como a escola está alfabetizando as crianças tem formado crianças leitoras e produtoras de textos. E a partir dos dados obtidos na pesquisa procura-se revelar a concepção e prática de alfabetização da docente e como isso interfere na formação de sujeitos críticos e ativos (ou não) na sociedade que estão inseridos, bem como identificar sua concepção de linguagem, o que é ler e escrever para ela, os materiais que utiliza e de que forma a escrita é encontrada na escola. Para tanto, realizou-se uma pesquisa empírica em uma turma do 2º ano do Ensino Fundamental em uma escola da rede pública municipal de Paço do Lumiar. Utilizou-se como fundamentação autores/as como: Soares (2006), Arena (1992), Ferreiro (2001) e Gontijo (2009). As conclusões revelam que as crianças estão sendo alfabetizadas, ensinadas a codificar e decodificar, mas as atividades desenvolvidas em sala de aula não as possibilitam a se tornarem leitoras e produtoras de textos, constatando que na escola também são privadas do contato com a cultural oral e escrita em seus diversos gêneros, fora das práticas sociais.