O paracetamol (acetaminofeno) é metabolizado no fígado, principalmente, por três vias. Uma delas origina um metabólito de variável grau de toxicidade, atingindo principalmente o fígado, podendo causar insuficiência hepática (IH), além de danos renais e aos processos de coagulação. O diagnóstico precoce pode ser realizado após avaliação da história do paciente, bem como dos aspectos clínicos e laboratoriais. A presente pesquisa, de natureza documental, descreve um caso de intoxicação por paracetamol, com desenvolvimento de insuficiência hepática. O relato foi descrito a partir de um caso de criança do sexo feminino, atendida pelo Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande-PB (HETDLGF) e acompanhada pelo Centro de Assistência e Informação Toxicológica de Campina Grande-PB (Ceatox-CG). Os dados foram obtidos a partir do prontuário da paciente e da ficha de notificação do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan). A paciente, de dois anos, com história acidental de exposição ao paracetamol, permaneceu na unidade de saúde por 10 dias. Nos primeiros dias, observou-se alteração de enzimas hepáticas. Entre o quarto e o oitavo dia, houve alteração do Tempo de Protrombina (TP)/INR. A paciente não apresentou alteração da função renal, entretanto, instalou-se um quadro de disúria, provavelmente por um processo infeccioso. O manejo deu-se com N-acetilcisteína (NAC), para tratar a IH, e antibióticos, para a infecção urinária. Uma das limitações deste estudo foi a não realização diária dos exames específicos para os casos de intoxicação grave por paracetamol, dificultando sobremaneira o acompanhamento preciso da evolução do indivíduo em todas as etapas da intoxicação.