A Síndrome do túnel do carpo é considerada a neuropatia por compressão mais comum, tendo como sintomatologia, sinais de parestesia, dor e alterações na condução nervosa. Os testes de provocação neural são aplicados nos pacientes que apresentam esta sintomatologia como forma de avaliar a neurodinâmica, ou seja a capacidade dos nervos em adaptar-se mecanicamente aos movimentos permitindo suas atividades de condução livres de qualquer impedância. A mobilização neural é a técnica fisioterapêutica que visa restaurar essa neurodinâmica e recentemente tem sido enfatizada no manuseio clínico de pacientes com compressão nervosa. Posto que a tensão neural adversa (TNA) é o principal sintoma da doença; este estudo tem como objetivo avaliar por meio de um relato de experiência a eficácia da mobilização neural no protocolo de tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo. Participou do estudo a paciente E.G.S, sexo feminino, 61 anos de idade, com hipótese diagnóstica de Síndrome do Túnel do Carpo e LER, submetida à tratamento fisioterapêutico na Clínica Escola de Fisioterapia na Universidade Estadual da Paraíba, no período entre 17 de março e 19 de maio do ano de 2016. Esta apresentava sintomatologia de parestesia e dor no ombro e cotovelo direito, agravando-se durante a realização das atividades diárias e durante à noite, impedindo muitas vezes o sono, com grau 8 na Escala Visual Analógica (EVA) com resultados positivos nos testes de Phalen e Phalen invertido. O tratamento foi desenvolvido em 14 atendimentos, sendo dividido em duas fases, a primeira consistiu em atenuar os sintomas provocados pela TNA e a segunda tinha por objetivo preservar a neurodinâmica. Para isso, foram utilizadas a mobilização neural – técnicas deslizantes e tensionante durante dois minutos. Os testes eram realizados antes e após a mobilização e caso não verificássemos melhora significativa, a mobilização era refeita por mais 2 min e em seguida reavaliava-se. Conforme a evolução da paciente foram associados, no decorrer do tratamento, os alongamentos passivos; exercícios pendulares e exercícios ativo-livres. A intensidade da sintomatologia era quantificada por meio da Escala Visual Analógica (EVA) no início, meio e fim das condutas. Nos cinco primeiros atendimentos a paciente apresentava sintomatologia de intensidade seis evoluindo para dois ao término; no sexto atendimento ao décimo esses sintomas passaram para intensidade 4 no início e 0 no fim; nos quatro últimos atendimentos a paciente não apresentava sintomas, com resultados negativos para os testes de Phalen e Phalen invertido no último atendimento. Logo, este estudo nos mostra que a adoção das técnicas de mobilização neural nas condutas fisioterapêuticas tem efeito positivo no tratamento da Síndrome do Túnel do Carpo, e quando associada a outras modalidades terapêuticas promove a restauração da neurodinâmica e o retorno do indivíduo as atividades diárias.