A nutrição é fundamental para a integridade metabólica e imunológica do organismo, portanto torna-se peça-chave no âmbito hospitalar, principalmente na Terapia Enteral. A administração de medicamentos via sonda pode interagir com a dieta, o que pode repercutir na qualidade da terapia nutricional e farmacológica. Essas interações entre fármacos e nutrientes são com¬plexas e difíceis de serem reconhecidas, além disso, podem determinar prejuízo da ação do medicamento e/ou alimento, podendo ocasionar diminuição dos efeitos terapêuticos em ambos. O objetivo do presente trabalho foi demonstrar as principais interações entre fármacos e nutrição enteral. Foi realizada uma revisão da literatura através das bases de dados Scielo, MedLine, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde com artigos publicados entre 1995 e 2016. Constatou-se a existência de vários tipos de interação fármaco-nutriente na nutrição enteral, destacando-se a administração da dieta e de fármacos concomitantemente, como o momento mais crítico no qual podem ocorrer as interações. Os principais fármacos envolvidos foram hidralazina, fenitoína, levotiroxina, warfarina e levodopa, no entanto outros exemplos também apresentaram potenciais interações entre o fármaco e a dieta, como, ciprofloxacino, leviteracetam, lactulona e captopril. Pode-se concluir que a interação entre fármaco e nutrientes é um problema constante na Terapia Nutricional Enteral, destacando o papel da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN), em especial a atuação do nutricionista como fator primordial para reduzir as intercorrências mencionadas que envolvem a nutrição e a farmacoterapia.