Este estudo teve como objetivo investigar as crenças acerca do HIV/Aids dos profissionais de saúde que atuam na atenção básica à saúde da cidade de João Pessoa-PB. Tratou-se de estudo exploratório-descritivo, no qual participaram 19 profissionais que trabalhavam em Unidades de Saúde da Família, sendo utilizada uma entrevista semiestruturada, analisada por categorização temática; e um questionário estruturado, analisado por estatística descritiva. A maioria dos profissionais é do sexo feminino (N=18) e da área de enfermagem (N=6); com idades variando de 23 a 65 anos (M=40; DP=10,63); com tempo de trabalho na atenção básica entre 2 e 25 anos (M=9,6; DP=5,9). A partir dos enunciados das entrevistas, de modo a apreender as crenças acerca do HIV/Aids, obteve-se a categoria “contágio”, atribuído pelos profissionais à responsabilização individual, isentando-se, portanto, do processo de prevenção; e a categoria “indivíduo soropositivo ao HIV”, que emerge como este sendo uma pessoa diferenciada, denotando-se a existência de preconceito sutil. Tais resultados expressam crenças estruturadas na interface do conhecimento científico e do senso comum, bem como valores sociais e contextuais que podem comprometer a qualidade do atendimento, as orientações de prevenção e o cuidado que os profissionais deveriam fornecer aos usuários.