Na adolescência, a busca exacerbada pelo corpo ideal e o medo de engordar levam muitos adolescentes a sacrificar sua saúde adquirindo práticas alimentares inadequadas que podem acarretar possíveis transtornos alimentares. Tais transtornos podem estar associados ao aumento do risco e tentativas de suicídio nesta população. O presente estudo teve objetivou verificar a associação entre indicadores de transtornos alimentares com a ideação suicida na população jovem paraibana. Tratou-se de um estudo exploratório e quantitativo, com participação de 8.471 adolescentes, com idades entre 12 a 20 anos. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado autoaplicável e analisados por meio de estatísticas descritivas e inferenciais. A maioria dos participantes era do sexo feminino e residia em João Pessoa-PB. A insatisfação corporal foi observada em ambos os sexos, sendo a percepção do sobrepeso maior entre as mulheres. Da amostra total, 147 apresentaram indicadores de transtorno alimentar e 911 indicadores de ideação suicida, sendo ambos maiores entre as mulheres. Entre os comportamentos prevalentes indicadores de transtorno alimentar, o mais frequente foi fazer uso de atividade física (98,6%), seguido de dieta (94,6%) e jejum por 24 horas (85%). Já entre os indicadores de ideação suicida, o ter pensado em se matar se apresentou mais frequente (99,5%). Análises inferenciais demonstraram a existência de correlação positiva entre as variáveis investigadas, sendo o componente transtorno alimentar o principal responsável pela explicação da ideação suicida nos adolescentes. No entanto, reconhece-se a existência de outras variáveis implicadas que possam elevar esse índice nesta população.