A sociedade brasileira convive hoje com uma tríplice epidemia causada pelo mosquito Aedes aegypti, o vetor transmissor da dengue, chikungunya e do zika vírus. O zika vírus é causador de microcefalia e outras lesões graves no cérebro de fetos em formação e hoje é o responsável pelo aumento do número de casos de microcefalia em todo o Brasil. No período de 01 de agosto de 2015 a 09 de abril 2016, foram registrados, somente no estado de Pernambuco, 1.849 casos notificados de microcefalia. A eliminação dos criadouros do mosquito é tarefa complexa, principalmente em locais onde há condições precárias, saneamento inadequado e coleta de lixo irregular. O racionamento de água é outro grande desafio, pois, contribui para o armazenamento inadequado da água por longos períodos favorecendo a proliferação do mosquito. O estado de Pernambuco possui 83 municípios em estado de racionamento de água e 16 em colapso total. Esse estudo faz parte de um projeto de Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ - Pernambuco. O objetivo do estudo é discutir associações entre o regime de abastecimento de água, o saneamento básico e o perfil das mães de bebês microcéfalos dos municípios pernambucanos. Conclui-se que enquanto o modelo de controle do aedes aegypti for centrado nele próprio e não no contexto social, sem levar em consideração a construção social do processo, como já é realizado há mais de 40 anos sem sucesso não teremos possibilidade de solução.
Palavras-chave: Desigualdade estrutural, Racionamento de água, Microcefalia.