A violência é caracterizada como qualquer ato que desrespeita os direitos fundamentais do ser humano, sendo considerada como problema de saúde pública. A população de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros, face ao preconceito e discriminação social em virtude da orientação não heterossexual assumida, apresenta vulnerabilidade para sofrer violência, caracterizada como abuso emocional, físico e sexual e suas consequências. Esse estudo objetivou identificar o perfil de violências perpetradas contra minorias sexuais de uma região do interior do Nordeste Brasileiro. Tratou-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado com 316 indivíduos de orientação sexual não heterossexual nos municípios de Juazeiro do Norte e Crato, no interior do Ceará, Brasil. Utilizou-se de entrevista estruturada para coleta de dados com indagações sobre violência sofrida. Os dados obtidos foram contabilizados e expostos em valores absolutos e relativos. O estudo obedeceu a princípios éticos, sendo aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa. A maioria dos indivíduos participantes do estudo era do sexo masculino (n=223; 70,6%), identidade de gênero masculina (n=200; 63,3%), orientação sexual homossexual gay (n=162; 51,3%). Todos os participantes já haviam sofrido violência, com destaque para a psicológica (n=249, 78,8%). Para esta, prevaleceram os insultos proferidos por pessoas à distância (n=193, 61,1%). Frente à violência física sofrida teve destaque os empurrões (n=69, 21,8%) e perante violência sexual, o assédio (n=43, 13,6%). Conclui-se que minorias sexuais são vítimas da violência, e que a psicológica é mais prevalente. Esforços são necessários para combater esse agravo que muito tem contribuído para o aumento da morbimortalidade dessa população.