De acordo com os estudos de Bakhtin e seus seguidores, o que caracteriza o signo é sua forma ideológica, pois ele pode ser um objeto material ou um fenômeno da realidade que adquire uma função ideológica. Sendo assim, compreende-se que o que assinala uma representação sígnica é a carga valorativa advinda das estruturas e superestruturas sociais, podendo uma roupa representar a ideologia concretizada em signo de uma classe social. A indumentária perpassa a sua função de cobrir o corpo feminino nu e assume um novo papel, o de artefato cultural. Nesse trabalho objetivamos analisar como Sofia, da obra Quincas Borba de Machado de Assis, apresenta em suas vestimentas marcas de sua classe burguesa, da possível riqueza do marido e dos discursos intrínsecos por meio das cores e das formas que se veste para se apresentar à sociedade, ratificando a ideia da veste como signo. A personagem se utiliza do seu papel de mulher e “vitrina” do poder econômico do cônjuge para conseguir ascender na escalada social burguesa.