A produção literária de Állex Leilla tem se configurado com espaço profícuo para a discussão das questões de gênero e sexualidades, tendo em vista que põem em debate as relações afetivas que não “ousam dizer o nome”, mas que estão latente no decorrer do enredo. Essas possibilidades de relacionamentos constitui o ponto central de análise deste trabalho, no qual discutiremos noção binária de ser/estar homem e mulher através da análise das personagens das obras literárias Henrique (2001), O sol que a chuva apagou (2009) e Primavera nos ossos (2010), a partir do conceito de “entre-lugar”, discutido por Santiago ([1978] 2000), apresentando um novo significado e outra grafia, “entrelugar”, propondo uma maneira de (re)pensar as personagens/sujeitos apresentados na obra analisada e as relações que estes estabelecem. Com isso, percebemos que as definições para as categorias engessantes das relações não são satisfatórias, pois os sujeitos “presentificados” não se enquadram nos moldes binários, social e culturalmente difundidos do que é ser homem e/ou mulher e, por isso, podem ser e/ou estar homem e mulher em um espaço de entrelugar.